DILEMA DO NÃO: É preciso dar limites para as crianças!

14/02/2013 10:13

 

Ser estraga-prazeres do filho é uma missão ingrata, mas não há outro jeito de educá-lo
 
A função é ingrata mesmo, mas fundamental. Quase sempre o não é um desprazer para a criança, mas o que os pais devem saber é que o excesso de prazer para um filho dessa idade também pode se tornar assustador, pois ele ainda não conhece os próprios limites. O objetivo do não, entre outras coisas, é garantir o bem-estar da criança e, nesse aspecto, os pais não precisam se sentir uns carrascos ao dar limites, pois, mesmo com choro ou cara feia, o filho assimila as negativas como proteção e, principalmente, entende que quem o protege com certeza gosta dele. "Os pais não podem se eximir do seu papel de educadores que, nessa fase, começa a ser mais desgastante. É só o início de uma longa história de delimitação de espaços para que a criança aprenda a viver em sociedade", ressalta a pediatra paulistana Gelsomina Colarusso Bosco. 

Cesta básica 

Quando o bebê passa do colo ao chão, explica a especialista, quer manipular e explorar o ambiente. "Tudo é atraente e novo, mas ele não tem noção de riscos ou do que pode ou não ser mexido. Precisa aprender com os pais." A médica defende um jeito claro de ensinar: "Os pais podem colocar na sala e até em todos os cômodos da casa pequenos cestos com dois ou três brinquedos e dizer ao filho: ‘Não brinque com o telefone, pois seus brinquedos estão ali, meu querido’". Mas convém variar os objetos da cesta, ela frisa, para manter em alta o interesse de seu filho. 

Na mesma língua 

Limites para uma criança de 1 a 2 anos também envolvem horários para acordar, dormir, brincar, tomar banho e fazer as refeições. "Nessa rotina, pais e mães precisam falar a mesma língua, isto é, seguir as mesmas regras", diz a pediatra Gelsomina. O risco de desencontros nos limites é a criança ficar insegura ou não obedecer a nenhum dos pais. É o mesmo que acontece com os animais de estimação: uma ordem precisa ser dada com firmeza e homogeneidade de tom. Caso contrário, haverá demarcação de território mesmo contra a sua vontade.  

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